17 de jul. de 2008

FLORÊNCIO CARUSO

(1884 - 1962) - Um dos filhos de Vincenzo e Ana Maria, Fioravante, que depois mudou o seu nome para Florêncio, nasceu no dia 6 de fevereiro de 1884. Menino, ainda, com nove anos de idade, Florêncio foi trabalhar como auxiliar de telegrafista na mesma ferrovia.

Numa tarde qualquer do final do século, Florêncio chegou todo eufórico em casa e apresentou ao pai o quadro que havia pintado – na verdade a pintura de uma paisagem, feita sobre papel de embrulho com tinta de parede. A reação de Vincenzo diante da “obra-prima” do filho foi surpreendente para um homem simples e iletrado como ele era: olhou para a pintura com um sorriso de satisfação nos olhos brilhantes, pregou-a na parede e começou a chamar pessoas que passavam na rua para virem apreciar o que o seu “figliolo” havia feito. A intuição de Vincenzo foi o grande estímulo para Florêncio desenvolver-se na pintura e transmitir depois aos seus filhos o talento artístico.

Florêncio continuou a trabalhar na Companhia Paulista até se aposentar por volta de 1927, aproveitando as horas vagas para aperfeiçoar os seus dotes artísticos.

Seu primeiro grande feito no campo das artes plásticas foi uma exposição em 1910, na cidade de Campinas. O resultado da mostra foi espetacular: todos os quadros foram vendidos e a receita financeira alcançou em 10$000, dez contos de réis. Com esse dinheiro, Florêncio comprou um sítio em Rebouças, hoje Sumaré (SP).

Em 1927, aproximadamente, depois de uma desventurosa experiência no ramo tipográfico, aposentou-se da Companhia Paulista e veio morar em São Paulo, estabelecendo-se com um pequeno atelier para reprodução, ampliação e restauração de fotografias antigas. Mas nunca deixou de pintar.

Ao falecer, em 1962, Florêncio deixou centenas de marinhas, paisagens e flores, que decoram as paredes de muitas casas em São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro e muitas outras cidades brasileiras.

Felizmente, o talento artístico de Florêncio Caruso não morreu com ele. Seus filhos souberam ser dignos da herança que haviam recebido e também deixaram um legado artístico de valor reconhecido pela crítica.
Cinco filhos e duas filhas de Florêncio Caruso seguiram os passos do pai enveredando pela carreira artística na pintura. Os outros dois seguiram caminhos diferentes: Júlia Caruso de Faria Alvim como exímia pianista e concertista e Rubens Caruso, último sobrevivente dos irmãos Caruso, escritor e jornalista, autor deste trabalho.

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